A respected Swiss scientist, Conrad Gessner, might have been the first to raise the alarm about the effects of information overload. In a landmark book, he described how the modern world overwhelmed people with data and that this overabundance was both "confusing and harmful" to the mind. The media now echo his concerns with reports on the unprecedented risks of living in an "always on" digital environment. It's worth noting that Gessner, for his part, never once used e-mail and was completely ignorant about computers. That's not because he was a technophobe but because he died in 1565. His warnings referred to the seemingly unmanageable flood of information unleashed by the printing press.Vaughan Bell, Slate, 15 de fevereiro de 2010.
Worries about information overload are as old as information itself, with each generation reimagining the dangerous impacts of technology on mind and brain. From a historical perspective, what strikes home is not the evolution of these social concerns, but their similarity from one century to the next, to the point where they arrive anew with little having changed except the label.
16.2.10
O Excesso de Informação Vai Acabar com Todos Nós!
Um dos melhores artigos sobre esses profetas do apocalipse que estão sempre dizendo que o excesso de informação vai causar o fim de tudo. O artigo também deixa claro porque é tão babaca ser nostálgico:
13.2.10
The Death of Switzerland
The economic crisis and rising xenophobia are breaking down the great Swiss myths and undoing this once unique model nation.
The End of Switzerland, Newsweek, 05.02.2010
1.2.10
Os Viralata Está Mortos, Vivam os Viralata
Tirando os problema de concordância numérica do quais felizmente nos livraremos, a notícia é trágica: acabou (acabaram?) Os Viralata.
Em quatro anos, publiquei quatro livros pela Os Viralata. Me renderam dinheiro (que fez diferença na hora do aperto), exposição na mídia (entrevistas para rádios, jornais e revistas), novos leitores (e novos amigos).
Cheguei ao Albano Martins Ribeiro, vulgo Branco Leone (nick muito apropriado para o "quem somos eu" da Os Viralata) através do Biajoni, que já tinha lançado o Sexo Anal por lá. Eu queria apenas uma gráfica e encontrei muito, muito mais. Encontrei um amigo, um editor, um visionário. E um louco, claro.
Para muitas pessoas, Os Viralata era uma possível maquininha de fazer dinheiro. Eu, Biajoni, Olivia, Roger, todos tentamos convencer o Albano a mudar de modelo de negócios, abrir uma empresa de verdade, investir no conceito de "vanity printing", cobrar mais caro, correr atrás de clientes.
Em suma, transformar em empresa lucrativa capitalista algo que era, na prática, uma filantrópica ONG informal.
Mas Albano não quis. Talvez por preguiça, talvez por burrice, talvez por ser um visionário comprometido com a integridade de seu projeto (como esse é um obituário, vamos com a última opção), Albano simplesmente se recusou a transigir. Nunca uma editora, Os Viralata foi, do começo ao fim, uma entidade única, amorfa e fascinante, indefinível e inexplicável, atraente e esquisita.
Não era nem empresa nem editora nem teve jamais existência juridíca. Não era uma ONG nem uma organização filantrópica. Era totalmente idealista mas sempre teve a intenção do lucro. Era um site? Um fanzine? Um canal de distribuição? Tico-tico no fubá?
Os Viralata acabou antes mesmo de conseguirmos decidir o que eles era. Ou eram. Sei lá.
Mas sabemos algumas coisas.
Sabemos que Os Viralata vão se tornar uma daquelas experiências lendárias, união instável entre autores talentosos e autores sem talento algum, reunidos em torno do único louco que seria capaz de agregar um grupo tão heterogêneo.
Ignorado pela grande mídia, Os Viralata saem da vida para entrar na história - mas não em nenhuma História publicada pela Companhia das Letras, mas na história em letras minúsculas, aquela marginal e subversiva, aquela contada em livros que não se publicam e em sites que saem do ar, aquela que é transmitida boca-a-boca e mão-a-mão, através de livros que emprestamos cuidadosamente somente aos melhores amigos e fazemos questão que nos devolvam, e também através de livros que encontramos nas estantes de quem entende ou que garimpamos em sebos poeirentos por preços excessivos.
Uns vão se mostrar: "comprei esses três!" e outros vão lamentar: "fiquei de comprar e nunca comprei!" Uns vão se gabar: "ganhei dois de presente!" e outros vão confessar: "não resisti e paguei cem reais, mas era o último do sebo!"
Assim o livreiro, coberto de poeira,
Guardava a memória
Da editora guerreira, do velho Albano.
E à noite nos sebos, se alguém duvidava
Do que ele contava,
Tornava prudente: "Meninos, eu li!".
* * *
Um esclarecimento: Albano disse que um dos motivos para desistir da Os Viralata foi o fato de, em dezembro de 2009, apesar de 9 mil visitas, e 300 mil exibições de banner pela internet, só ter vendido 4 livros. Realmente, é um absurdo.
Mas queria dizer que, felizmente, as vendas de Mulher de Um Homem Só não fazem parte desse número. Meus livros são (eram?) editados e distribuídos pela Os Viralata, mas quem vendia era eu.
Nas últimas seis semanas de 2009, graças à promoção de Natal, Mulher de um Homem Só vendeu 26 exemplares - e, como sou pobrinho, esses R$800 salvaram meu natal.
(O número não inclui as vendas em livrarias, que sabe deus quando vou fechar, mas sei que muitos leitores compraram seus Mulher de Um Homem Só na Berinjela, na Baratos, na HQMix.)
Enfim, muito muito obrigado a todos que compraram e colaboraram. Mesmo com o fim da Os Viralata e com os links todos bagunçados (vou consertar aos poucos), meus livros continuam à venda e sendo entregues regularmente. Recomendo que comprem enquanto puderem, pois logo vão virar exemplar de colecionador.
* * *
Pois bem. Foi bonito e talz, mas fim. O sonho acabou. Ainda tem duas coxinhas e um ovo colorido ali no canto, mas são de ontem. Comam por sua conta de risco. O vira-lata morreu, viva o vira-lata.
Em quatro anos, publiquei quatro livros pela Os Viralata. Me renderam dinheiro (que fez diferença na hora do aperto), exposição na mídia (entrevistas para rádios, jornais e revistas), novos leitores (e novos amigos).
Cheguei ao Albano Martins Ribeiro, vulgo Branco Leone (nick muito apropriado para o "quem somos eu" da Os Viralata) através do Biajoni, que já tinha lançado o Sexo Anal por lá. Eu queria apenas uma gráfica e encontrei muito, muito mais. Encontrei um amigo, um editor, um visionário. E um louco, claro.
Para muitas pessoas, Os Viralata era uma possível maquininha de fazer dinheiro. Eu, Biajoni, Olivia, Roger, todos tentamos convencer o Albano a mudar de modelo de negócios, abrir uma empresa de verdade, investir no conceito de "vanity printing", cobrar mais caro, correr atrás de clientes.
Em suma, transformar em empresa lucrativa capitalista algo que era, na prática, uma filantrópica ONG informal.
Mas Albano não quis. Talvez por preguiça, talvez por burrice, talvez por ser um visionário comprometido com a integridade de seu projeto (como esse é um obituário, vamos com a última opção), Albano simplesmente se recusou a transigir. Nunca uma editora, Os Viralata foi, do começo ao fim, uma entidade única, amorfa e fascinante, indefinível e inexplicável, atraente e esquisita.
Não era nem empresa nem editora nem teve jamais existência juridíca. Não era uma ONG nem uma organização filantrópica. Era totalmente idealista mas sempre teve a intenção do lucro. Era um site? Um fanzine? Um canal de distribuição? Tico-tico no fubá?
Os Viralata acabou antes mesmo de conseguirmos decidir o que eles era. Ou eram. Sei lá.
Mas sabemos algumas coisas.
Sabemos que Os Viralata vão se tornar uma daquelas experiências lendárias, união instável entre autores talentosos e autores sem talento algum, reunidos em torno do único louco que seria capaz de agregar um grupo tão heterogêneo.
Ignorado pela grande mídia, Os Viralata saem da vida para entrar na história - mas não em nenhuma História publicada pela Companhia das Letras, mas na história em letras minúsculas, aquela marginal e subversiva, aquela contada em livros que não se publicam e em sites que saem do ar, aquela que é transmitida boca-a-boca e mão-a-mão, através de livros que emprestamos cuidadosamente somente aos melhores amigos e fazemos questão que nos devolvam, e também através de livros que encontramos nas estantes de quem entende ou que garimpamos em sebos poeirentos por preços excessivos.
Uns vão se mostrar: "comprei esses três!" e outros vão lamentar: "fiquei de comprar e nunca comprei!" Uns vão se gabar: "ganhei dois de presente!" e outros vão confessar: "não resisti e paguei cem reais, mas era o último do sebo!"
Assim o livreiro, coberto de poeira,
Guardava a memória
Da editora guerreira, do velho Albano.
E à noite nos sebos, se alguém duvidava
Do que ele contava,
Tornava prudente: "Meninos, eu li!".
* * *
Um esclarecimento: Albano disse que um dos motivos para desistir da Os Viralata foi o fato de, em dezembro de 2009, apesar de 9 mil visitas, e 300 mil exibições de banner pela internet, só ter vendido 4 livros. Realmente, é um absurdo.
Mas queria dizer que, felizmente, as vendas de Mulher de Um Homem Só não fazem parte desse número. Meus livros são (eram?) editados e distribuídos pela Os Viralata, mas quem vendia era eu.
Nas últimas seis semanas de 2009, graças à promoção de Natal, Mulher de um Homem Só vendeu 26 exemplares - e, como sou pobrinho, esses R$800 salvaram meu natal.
(O número não inclui as vendas em livrarias, que sabe deus quando vou fechar, mas sei que muitos leitores compraram seus Mulher de Um Homem Só na Berinjela, na Baratos, na HQMix.)
Enfim, muito muito obrigado a todos que compraram e colaboraram. Mesmo com o fim da Os Viralata e com os links todos bagunçados (vou consertar aos poucos), meus livros continuam à venda e sendo entregues regularmente. Recomendo que comprem enquanto puderem, pois logo vão virar exemplar de colecionador.
* * *
Pois bem. Foi bonito e talz, mas fim. O sonho acabou. Ainda tem duas coxinhas e um ovo colorido ali no canto, mas são de ontem. Comam por sua conta de risco. O vira-lata morreu, viva o vira-lata.
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