29.10.10

Uma Campanha Apocalíptica

Este é um post sobre o vídeo apocalíptico que mostra como seria o governo Dilma, lançado no site oficial de José Serra e retirado do ar após ter sido amplamente divulgado pela imprensa.

Convido os eventuais leitores (oi, Alex) a uma chuvinha cerebral rápida e despretensiosa: quando você pensa em previsões apocalípticas aleatórias - qualquer uma, desde o fim da banana até o fim da democracia no Brasil -, quais adjetivos lhe ocorrem de imediato? Que sentimentos tais previsões intencionam provocar? Medo, morte, horror e ranger de dentes, certo? Claro que da intenção para o fato há toda uma Dutra, que costuma levar as mentes cínicas e descrentes ao riso em vez de ao desespero. Mas, seja o resultado final do alerta apocalíptico o terror ou o escárnio, a intenção é sempre espalhar o pânico. E pânico a gente tem do que nos desagrada, confere?

Er, bem - não. A gente fica tão focado na parte histérica do apocalipse (e não por acaso: afinal, também somos filhos de Buda e queremos rir a gargalhada nossa de cada dia) que frequentemente esquecemos o desejo embutido nessa histeria toda - e, mais do que qualquer outra coisa, é de um desejo que trata o vídeo "Dilma 2012". O desejo de que, com Dilma presidente, víssemos uma série de calamidades acontecendo, tipo a descriminalização do aborto e a taxação de igrejas - o horror, horror!... pena que não vai acontecer - para que, ao Fim de Tudo (quando o Brasil, envolto num mar de sangue, diminuiria de tamanho até no mapa, e - horror dos horrores - os EUA ficariam de mal conosco) - depois de tanta morte, Chávez, desespero, PT-polvo, destruição e uma imprensa rangendo os dentes... Dou-lhe uma... Dou-lhe quarenta e cinco...

Os paulistas, capitaneados por Alckmin, Serra e, of all people, a Globo, restaurariam a paz e a democracia na nação! \o/

O vídeo é, pois, especialmente revelador porque não para na parte do Apocalipse. Ele culmina num final redentor que é sua própria razão de ser. Os DilmaFacts que abundam na imprensa têm na base esse desejo pulsante, que não ousa ser dito e que pode ser tornado explícito apenas na ficção mais tosca: vamos retomar o país da mão desses nordestinos zé-povinho e devolvê-lo aos paulistas de bem da nação. A saga heróica do estado de São Paulo retratada no vídeo, que apanha como o Rocky apenas para se reerguer no final, tornando-se o carro-chefe da locomotiva brasileira na luta contra a petralhada, chega a ser comovente. Na verdade, o vídeo nada mais faz do que projetar no futuro algo que, na visão de seus idealizadores, já acontece no presente: o Brasil, afinal, vive o caos e o apocalipse. Temos o governo mais corrupto da história das galáxias, em vias de se tornar uma ditadura sindicalista e repressora da boa moral cristã. No futuro, com Dilma, isso só irá se acentuar. Por quê? Porque é preciso. É preciso ver o caos e o apocalipse por toda a parte: sem o perigo, não há o resgate. E tudo o que mais desejamos é que nosso candidato paulista do bem resgate o país das mãos de um presidente nordestino, cachaceiro e iletrado.

Só faltou combinar com os russos que o Brasil é (ou está caminhando em direção a) esse apocalipse todo. Os russos, no caso, atendem pelo nome de Maria, a empregada lá de casa que agora tem dinheiro pra ir naqueles cruzeiros de dupla sertaneja e até já comprou um celular melhor do que o meu.

Na falta deste combinado - os russos insistem em jamais colaborar -, e na ausência de um superego saudavelmente repressor, resta à campanha de José Serra dar vazão a esse desejo sob a forma de delírio - tão claramente manifesto no vídeo apocalíptico.

***

Atenção: se você acha que este texto está acusando os eleitores do PSDB de serem umas bestas desumanas que desejam a morte dos nordestinos e não-paulistas em geral, seria bom você a) tomar umas aulas de interpretação de texto. Na segunda série a prô costuma falar bastante disso; b) se informar sobre medicação anti-psicótica: há ótimos remédios disponíveis no mercado; c) ambos.

Atenção 2: Se, por outro lado, você acha que o ódio e o preconceito de classe não tiveram nenhum papel nesta campanha eleitoral, eu lhe peço encarecidamente que, aí do mundo onde você vive, você sugira ao Papai Noel que me traga (como boa paulista que sou) um carro de presente de Natal. Se não for pedir muito, mande lembranças também ao Saci Pererê. Grata.

4.3.10

Hobbit + Silmarillion + Senhor dos Anéis por R$48

Coleção Tolkien [Hobbit + Silmarillion + Senhor dos Anéis 1, 2 e 3]Sério. Parem tudo agora. O Hobbit + O Silmarillion + Os três volumes do Senhor dos Anéis, de R$272 por R$48! Em geral, só o Senhor dos Anéis já sai por mais de cem reais.

O Senhor dos Anéis, com certeza, é uma das grandes obras da literatura universal. Não é infantil, nem bobo, não é escapista, nem simplista. É complexo, lindo, profundo, multifacetado, heróico, triste: enfim, grande como só as grandes obras são grandes. O Silmarillion não fica muito atrás, também maravilhoso e belíssimo. O Hobbit, sim, é um livro infantil, mas é o prólogo perfeito para os seguintes.

Sobre os livros, leia meu texto As Diversas Leituras de Tolkien e do Senhor dos Anéis, publicado originalmente na Tribuna na Imprensa. Afinal, na sua opinião, quem é o verdadeiro herói de O Senhor dos Anéis?

Não quero soar como anúncio das facas Ginzu, mas realmente não trabalho no Submarino e não tenho como saber quanto tempo duram essas promoções. Às vezes semanas, às vezes 24 horas. Então, se quiser os livros, é melhor comprar logo. Sempre que anuncio alguma promoção, me vem alguém chorar depois: "puxa, fui lá todo empolgado e já estava cinco vezes o preço que você anunciou..." Pois é, não sejam esse cara. Vão lá, comprem, e depois nunca digam que nunca fiz nada por vocês. E vão com Tolkien.
Coleção Tolkien [Hobbit + Silmarillion + Senhor dos Anéis 1, 2 e 3]

E obrigado ao Brandizzi, que me passou a dica. Aliás, se você, leitor amigo, encontrar outra promoção linda dessas dando sopa no Submarino, me avise e anuncio aqui.

16.2.10

O Excesso de Informação Vai Acabar com Todos Nós!

Um dos melhores artigos sobre esses profetas do apocalipse que estão sempre dizendo que o excesso de informação vai causar o fim de tudo. O artigo também deixa claro porque é tão babaca ser nostálgico:
A respected Swiss scientist, Conrad Gessner, might have been the first to raise the alarm about the effects of information overload. In a landmark book, he described how the modern world overwhelmed people with data and that this overabundance was both "confusing and harmful" to the mind. The media now echo his concerns with reports on the unprecedented risks of living in an "always on" digital environment. It's worth noting that Gessner, for his part, never once used e-mail and was completely ignorant about computers. That's not because he was a technophobe but because he died in 1565. His warnings referred to the seemingly unmanageable flood of information unleashed by the printing press.

Worries about information overload are as old as information itself, with each generation reimagining the dangerous impacts of technology on mind and brain. From a historical perspective, what strikes home is not the evolution of these social concerns, but their similarity from one century to the next, to the point where they arrive anew with little having changed except the label.
Vaughan Bell, Slate, 15 de fevereiro de 2010.

 Promoção Submarino  Promoção Submarino
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13.2.10

The Death of Switzerland

The economic crisis and rising xenophobia are breaking down the great Swiss myths and undoing this once unique model nation.

The End of Switzerland, Newsweek, 05.02.2010

1.2.10

Os Viralata Está Mortos, Vivam os Viralata

Tirando os problema de concordância numérica do quais felizmente nos livraremos, a notícia é trágica: acabou (acabaram?) Os Viralata.

Os Vira-Lata

Em quatro anos, publiquei quatro livros pela Os Viralata. Me renderam dinheiro (que fez diferença na hora do aperto), exposição na mídia (entrevistas para rádios, jornais e revistas), novos leitores (e novos amigos).  Sexo Anal, por Luiz Biajoni

Cheguei ao Albano Martins Ribeiro, vulgo Branco Leone (nick muito apropriado para o "quem somos eu" da Os Viralata) através do Biajoni, que já tinha lançado o Sexo Anal por lá. Eu queria apenas uma gráfica e encontrei muito, muito mais. Encontrei um amigo, um editor, um visionário. E um louco, claro.

Para muitas pessoas, Os Viralata era uma possível maquininha de fazer dinheiro. Eu, Biajoni, Olivia, Roger, todos tentamos convencer o Albano a mudar de modelo de negócios, abrir uma empresa de verdade, investir no conceito de "vanity printing", cobrar mais caro, correr atrás de clientes.

Em suma, transformar em empresa lucrativa capitalista algo que era, na prática, uma filantrópica ONG informal.

Mas Albano não quis. Talvez por preguiça, talvez por burrice, talvez por ser um visionário comprometido com a integridade de seu projeto (como esse é um obituário, vamos com a última opção), Albano simplesmente se recusou a transigir. Nunca uma editora, Os Viralata foi, do começo ao fim, uma entidade única, amorfa e fascinante, indefinível e inexplicável, atraente e esquisita.

Não era nem empresa nem editora nem teve jamais existência juridíca. Não era uma ONG nem uma organização filantrópica. Era totalmente idealista mas sempre teve a intenção do lucro. Era um site? Um fanzine? Um canal de distribuição? Tico-tico no fubá?

Os Viralata acabou antes mesmo de conseguirmos decidir o que eles era. Ou eram. Sei lá.

Mas sabemos algumas coisas.

Sabemos que Os Viralata vão se tornar uma daquelas experiências lendárias, união instável entre autores talentosos e autores sem talento algum, reunidos em torno do único louco que seria capaz de agregar um grupo tão heterogêneo.

Ignorado pela grande mídia, Os Viralata saem da vida para entrar na história - mas não em nenhuma História publicada pela Companhia das Letras, mas na história em letras minúsculas, aquela marginal e subversiva, aquela contada em livros que não se publicam e em sites que saem do ar, aquela que é transmitida boca-a-boca e mão-a-mão, através de livros que emprestamos cuidadosamente somente aos melhores amigos e fazemos questão que nos devolvam, e também através de livros que encontramos nas estantes de quem entende ou que garimpamos em sebos poeirentos por preços excessivos.

Uns vão se mostrar: "comprei esses três!" e outros vão lamentar: "fiquei de comprar e nunca comprei!" Uns vão se gabar: "ganhei dois de presente!" e outros vão confessar: "não resisti e paguei cem reais, mas era o último do sebo!"

Assim o livreiro, coberto de poeira,
Guardava a memória
Da editora guerreira, do velho Albano.
E à noite nos sebos, se alguém duvidava
Do que ele contava,
Tornava prudente: "Meninos, eu li!".


Os Vira-Lata

* * *

Um esclarecimento: Albano disse que um dos motivos para desistir da Os Viralata foi o fato de, em dezembro de 2009, apesar de 9 mil visitas, e 300 mil exibições de banner pela internet, só ter vendido 4 livros. Realmente, é um absurdo.

Mas queria dizer que, felizmente, as vendas de Mulher de Um Homem Só não fazem parte desse número. Meus livros são (eram?) editados e distribuídos pela Os Viralata, mas quem vendia era eu.

Nas últimas seis semanas de 2009, graças à promoção de Natal, Mulher de um Homem Só vendeu 26 exemplares - e, como sou pobrinho, esses R$800 salvaram meu natal.

(O número não inclui as vendas em livrarias, que sabe deus quando vou fechar, mas sei que muitos leitores compraram seus Mulher de Um Homem Só na Berinjela, na Baratos, na HQMix.)

Enfim, muito muito obrigado a todos que compraram e colaboraram. Mesmo com o fim da Os Viralata e com os links todos bagunçados (vou consertar aos poucos), meus livros continuam à venda e sendo entregues regularmente. Recomendo que comprem enquanto puderem, pois logo vão virar exemplar de colecionador.

Mulher de Um Homem Só

* * *

Pois bem. Foi bonito e talz, mas fim. O sonho acabou. Ainda tem duas coxinhas e um ovo colorido ali no canto, mas são de ontem. Comam por sua conta de risco. O vira-lata morreu, viva o vira-lata.

26.1.10

O Haiti Acabou!

O Haiti, como nação, organizada politicamente, com um Estado soberano e instituições autônomas, acabou. No lugar da antes instabilidade, não sobrou um mínimo de infraestrutura básica. A situação é tão dramática que os analistas se dividem entre os que não querem falar em reconstrução "porque não se pode reconstruir aquilo que já não existia" - como afirma o cientista político Eduardo Nunes, diretor para América Latina e Caribe da organização internacional Visão Mundial - e os céticos, capitaneados pelo economista americano e colunista do jornal The New York Times Tyler Cowen, que assegura: "O Haiti acabou." Ao Estado, Cowen sugeriu um consórcio de países para receber os 3,2 milhões de haitianos de Porto Príncipe como imigrantes. Mais ou menos na linha do que sugere a expressão "o último que ficar apaga a luz". Exceto pelo fato de que no Haiti não há luz - a rede de energia, antes precária, foi destruída - e o único aeroporto funcional opera emergencialmente sob comando das Forças Armadas americanas. "O presidente sobreviveu, mas o Estado não existe mais", diz Tyler.
Tyler Cowen, NYT.

 Pense no Haiti, Reze Pelo Haiti  Haiti: Fenomenologia de uma Barbárie

5.11.09

O Email Morreu!!

A EXAME decretou: o email morreu. Vejam pela imagem acima. Está nas bancas. Numa matéria incrível, incrível mesmo, escrita pela jornalista Luiza Dalmazo a revista matou a principal aplicação de uso da internet mundial (ainda). Por que a matéria é incrível ? Porque não fundamenta como, quando nem porque o email morrerá. Ou pior, seguindo o tempo verbal do título, quando e porque ele morreu... ....

A matéria segue com um dado pra lá de curioso, para não dizer impossível. A revista informa, citando a Ibope Nielsen, que “em setembro 59 milhões de pessoas acessaram comunidades e ferramentas de mensagens instantâneas, ante 28 milhões de usuários de e-mails...” Difícil crer que 31 milhões de pessoas usaram redes sociais (para entrar nelas todas tem que ter uma conta de e-mail) e que durante 30 dias do mês de setembro não receberam nem enviaram nem uma mensagem de e-mail... ...

Bem, acabei minha leitura indignado. E fui buscar dentro da revista formas de registrar minha indignação para a Exame. Redes sociais? Blog ? MSN ? Twitter ? Não meus caros leitores que vieram até aqui. As únicas formas de contato nas 9 seções da Revista Exame são E-mail, fone e site. No caso de vc querer mandar um release para a Revista ela só aceita por email. ficou claro que nem a própria Exame acredita na matéria.
Jonatas Abbott, 4 de novembro de 2009

 promoção submarino  Promoção Submarino  Promoção Submarino

4.11.09

O Fim da Mídia Tradicional

Sob risco do fim, mídia tradicional terá de se adaptar

Silvio Meira, professor de engenharia de software da Universidade Federal de Pernambuco, afirmou durante o MediaOn, maior fórum de jornalismo da América Latina, que a mídia tradicional terá de se adaptar às novas tecnologias sob o risco de extinção. Ele cita o exemplo do jornal inglês The Guardian que está disponibilizando todo o seu conteúdo dos últimos dez anos, com a possibilidade de interatividade com o usuário.
Vagner Magalhães, Terra, 29/10/2009

Dica de http://twitter.com/ferhr. Envia sua dica você também.

1.11.09

A morte moral de empresários, políticos e jornalistas e... O fim da democracia no Brasil!!!

...da própria boca presidencial saem impropérios para matar moralmente empresários, políticos, jornalistas ou quem quer que seja que ouse discordar do estilo “Brasil potência”. ...

Pouco a pouco, por trás do que podem parecer gestos isolados e nem tão graves assim, o DNA do “autoritarismo popular” vai minando o espírito da democracia constitucional. Esta supõe regras, informação, participação, representação e deliberação consciente. Na contramão disso tudo, vamos regressando a formas políticas do tempo do autoritarismo militar ...

A enxurrada de decisões governamentais esdrúxulas, frases presidenciais aparentemente sem sentido e muita propaganda talvez levem as pessoas de bom senso a se perguntarem: afinal, para onde vamos? Coloco o advérbio “talvez” porque alguns estão de tal modo inebriados com “o maior espetáculo da Terra”, de riqueza fácil que beneficia poucos, que tenho dúvidas. Parece mais confortável fazer de conta que tudo vai bem e esquecer as transgressões cotidianas, o discricionarismo das decisões, o atropelo, se não da lei, dos bons costumes.
Fernando Henrique Cardoso, O Estado de São Paulo, 01/01/09

 promoção submarino

28.10.09

Outra Promoção de Livros no Submarino (Post de Utilidade Pública)

 promoção submarino

Está rolando outra daquelas promoções bem legais do Submarino. O Dicionário Houaiss, por exemplo, de R$405 por R$69 e a coleção Twilight, de R$250 por R$99, mas tem muito mais coisa legal também. Larousse do Vinho, de R$145 por R$39, Paidéia, de R$111 por R$30, e por aí vai. Depois vocês me agradecem.

Dicionário Houaiss da Língua PortuguesaColeção Twilight

 Promoção Submarino

14.10.09

O Fim do Sexo!!

Hoje em dia é tudo mais fácil e automático. A molecada conta com bundas e xotas suadas pulando para fora dos shortinhos em todos os canais. Putaria na Internet e em vídeo nem se fala. Até os desenhos animados ficaram mais fáceis de fantasiar. Estamos criando uma geração adepta da punheta de resultado. Pá, pum, 3 minutinhos e estamos resolvidos. Todo o glamour foi embora. Tenho pena destes infelizes, com certeza a desenvoltura deles interagindo com o sexo oposto será muito mais pobre do que a nossa. Punheta de resultado resulta em sexo de resultado. Eles estão mal treinados desde as divisões de base. Deixo aqui meu manifesto: a putaria explícita de hoje está acabando com a qualidade de nossa libidinagem futura. Salvem a pura punheta de nossos filhos, libertem-na desse sexo instantâneo que não estimula a criatividade. Salve Ciro Darlan! Vou até bater uma em homenagem a mulher dele.
Mr Manson, Cocadaboa, 15.1.03

 Sem Tesão Não Há Solução

13.10.09

Fim da Liberdade: EUA Vão Monitorar Cidadãos 24 Horas por Dia

Projeto dos EUA prevê "super Big Brother". O pior pesadelo dos adeptos das teorias da conspiração parece ter sido concretizado. O Departamento da Defesa dos EUA está desenvolvendo um programa cujo objetivo é permitir que o governo rastreie os movimentos de todos os seus cidadãos para "prevenir ataques terroristas".
Maria Brant, FSP.

 Liberdade de Expressão: Direto na Sociedade da Informação

adeus, Lula.

Adeus, Lula.

Eu já me despedi dele no passado. Formalmente. Solenemente. Quando? Numa coluna de março de 2005. Prometi que nunca mais tocaria em seu nome, argumentando que dedicara mais tempo a ele do que a Flaubert. Lula me emburrecia. Lula me empobrecia. Lula fazia brotar perebas em minha pele. Eu tinha de purgá-lo. [...]

Um dia conheceremos toda a história de Lula. Mas o fato é que o espectro lulista, que assombrou o país por tanto tempo, finalmente desapareceu. O eremita Diogo tem de descer do rochedo.


O fim da assombração, Diogo Mainardi, Veja, 05/09/2007

o desaparecimento do pijama

Responda rápido: quantos homens você conhece que dormem de pijama? E, se você for um rapaz, há quanto tempo você não usa um? Provavelmente desde os dez anos de idade, certo? Isso, porque essa peça do vestuário corre o risco de parar no mesmo lugar onde moram a bengala, a ceroula, o suspensório e outros ítens do vestuário masculino que aos poucos foram sendo deixados de lado.

De acordo com o estilista Marcelo Sommer, o desaparecimento do pijama tem a ver com a correria e a busca pela praticidade dos tempos que correm. "As pessoas não usam pijama porque ele virou uma coisa que não é completamente necessária", diz. O próprio Marcelo é uma exceção e mantêm alguns, de flanela, no guarda-roupa. "Adoro usar no frio. É uma coisa antiguinha, que te deixa confortável." Agora, com a chegada do verão, usa camiseta e cueca. "Não faz sentido dormir de pijama de conjuntinho de short e camiseta", diz o estilista, que tampouco se interessa por comprar pijamas. "Tenho alguns de flanela que comprei há séculos."

Que fim levará o pijama?, Folha de S.Paulo, 31/10/2006

castigo divino: o fim do capitalismo

Fim do capitalismo, fracasso da democracia liberal e até castigo divino: para o Irã, a crise financeira mundial revela antes de mais nada a superioridade do modelo da República Islâmica. [...]

'É o fim do capitalismo', afirmou na terça-feira o presidente Mahmud Ahmadinejad, um ultraconservador que tem o apoio do aiatolá Khamenei. [...]

'A razão da derrota deles é que esqueceram Deus e a piedade', disse Ahmadinejad, para quem a catástrofe financeira seria um sinal divino de que "os tiranos e os corrompidos serão substituídos por pessoas piedosas e crentes"."

Para o Irã, crise financeira é castigo divino e capitalismo está no fim, AFP, 16/10/2008

12.10.09

É O CAMPEÃO!!!

No século 21, por causa da aceleração do espaço-tempo, da biotecnologia e da virtualidade da vida, teremos, cada vez mais, o desespero da "instantaneidade". O aqui e o agora vão ser fugazes. O passado será chamado de "depreciação"; teremos nostalgia de um presente que não tem repouso e angústia por um futuro que não pára de "não" chegar.

Será o fim do fim. Qualquer esperança de síntese será ridícula. O mundo será fragmentário, um fluxo sem nexo, e nossa infinita desimportância no universo ficará nua. Como poderemos ser humanos perante a ascensão incontrolável da tecnologia?

Teremos saudades da linearidade, da perspectiva, do princípio, do meio e do fim; teremos saudades do inútil e da lentidão. A indústria sentirá este mercado potencial e, além de nos vender celulares e palmtops, também inventará drogas da câmera lenta, do vazio, do inerte, do descanso pelo tédio.

Definitivamente, haverá o fim do "sujeito". Os últimos resquícios desta ilusão individual serão abolidos. No séc. 21, seremos todos objetos, sem o charme de qualquer sentimento de especialidade. Mergulhados em uma incompreensão total dos signos, nenhuma razão nos restará a não ser as regras de ouro de manutenção dos mercados, estes sim, definitivamente organizados, lógicos e previsíveis. As corporações serão proprietárias exclusivas das "grandes narrativas".

Como a História será incompreensível, talvez floresçam Parques Temáticos de Sentido (os PTS), onde poderemos viver epopéias que acabam bem ou grandiosas apoteoses de pessoas ou nações. Como os filmes de hoje prefiguram, teremos Hiper-Hollywoods transcendentais. (...)

Haverá campos de concentração "cinco estrelas", caríssimos, luxuosos, onde as percepções vão cessar, onde os sentidos serão abolidos, em busca de um silêncio sensorial aterrador, como no clássico de sciencefiction "Tiger Tiger", de Alfred Bester.

O corpo humano vai mudar. Os primeiros sinais já estão nos silicones, nas próteses, nos narizes decepados, nas clonagens, nas transmutações genéticas. Haverá uma "involução da espécie". Por falta de interação com a natureza, os corpos vão degenerar e, ociosos e molengas, vão aspirar à condição de "coisas". As orelhas vão tender para celulares; os braços, para tentáculos vorazes; os olhos, para telas de cristal líquido; os paus e vaginas, para eixos e encaixes.

Acabará o amor romântico. Só tesões instantâneas e fugazes. A fome de mais prazer esgotará a sexualidade e buscará complementos eletrônicos e virtuais. Haverá hiperorgasmos, tão fortes que esbarrarão nos limites do corpo e viverão mais além deles, sozinhos - orgasmos sem corpo, orgasmos gemendo no ar. O desejo cessará por excesso de sexualização.

A arte acabará, destruída pelos efeitos especiais. Dela, só ficarão as emoções, reproduzidas em computação: o belo, o sublime, o épico, o lírico, o trágico - bastará a programação de algum êxtase estético, até de um estilo literário, mas sem obra por trás. As massas só terão circo; pão, talvez.

A política será um espetáculo. O mundo será uma grande "economia sem sociedade", se espalhando por cima dos ex-Estados-Nações. A democracia será mostrada em museus e os Congressos serão circos, fingindo legislar, mas sem nenhum acesso a vida social real.

Com a América Latina toda dolarizada, militarizada e careta, as guerrilhas vão virar parques temáticos também, como viraram os "zapatistas" de Chiapas, visitados pelos intelectuais franceses. Como se anuncia hoje na Colômbia e na recente fundação de uma base americana no Paraguai (ninguém se tocou ainda...), teremos perímetros fechados de revoluções virtuais, estimulados pelas corporações, para dar vazões aos ódios e desesperos, à maneira dos antigos sacrifícios aztecas ou como as "horas de Ódio" de Orwell, a única profecia que rolou de "1984".

Haverá o fim da piedade, o fim da compaixão. As populações miseráveis ou desnecessárias ao mercado serão exterminadas, sob os protestos ridículos e inaudíveis de meia dúzia de humanistas fora de moda.

A vida social poderá virar um inferno, sem dúvida, mas o mercado é sábio e precisará da vida pois, afinal, sem vida não haverá lucro. Assim, as corporações vão programar uma lucrativa sobrevivência de esperanças. Talvez sejamos mais felizes como coisas.
Arnaldo Jabor, O Globo e O Sul, 4 de outubro de 2005.

Links para o texto completo: aqui e aqui

Atenção para tudo que vai acabar (não cabe nos marcadores do post): aqui, agora, passado, presente, futuro, fim, síntese, mundo, linearidade, perspectiva, princípio, meio, inútil, lentidão, sujeito, ilusão individual, razão, história, percepções, sentidos, corpo humano, orelhas, braços, olhos, paus, vaginas, amor romântico, sexualidade, desejo, arte, belo, sublime, épico, lírico, trágico, política, democracia, Congressos, América Latina, piedade, compaixão, populações miseráveis, populações desnecessárias ao mercado.

 Arnaldo Jabor  Arnaldo Jabor

O fim do biquíni baratinho

Atenção, consumidora. Neste verão, com 1.200 reais na carteira você tem duas opções: 1) levar para casa um estoque de biquínis suficiente para estrear um novo a cada fim de semana nos próximos cinco meses; ou 2) comprar um único modelito enfeitado com bordados em cristal, que a Blue Man só vende sob encomenda. Em qualquer dos casos (mais no segundo, é lógico), o calor que se aproxima decreta o fim do biquíni baratinho, aquele que você compra, usa e não se importa muito quando perde a forma ou sai de moda.


Silvia Rogar, VEJA on-line, 24 de outubro de 2001

9.10.09

O Fim da Liberdade

Dia virá que não ser membro da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) será crime. Não dou 30 anos. Juízes, jornalistas, jovens, cidadãos, acordai! Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. ... Lentamente seu poder vai se entranhando na sociedade brasileira ameaçando não só a liberdade de opinião, como faz agora, como a própria liberdade, é questão de tempo.
Mario Eugenio Saturno, Folha da Região, 26/02/2008

FIM DA LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL - JB TENTA AMORDAÇAR OLAVO DE CARVALHO E O EXCLUI DE SUAS PÁGINAS

Desde que o "Comandante Daniel", também conhecido pela alcunha de "Zé Dirceu", tornou-se articulista do JB como prêmio de consolação por ter sido cassado politicamente como "Chefe do Mensalão", senti um cheiro de podre no ar e temi pelo futuro dos meus amigos que ali escreviam, Olavo, Iorio, Antônio Sepúlveda. Cheguei a enviar uma carta para o JB questionando a presença deste "ex" terrorista nas páginas de um jornal até então bem conceituado, e a resposta que recebi foi de que ele "não era articulista do jornal" e que "tinha direito de dar sua opinião como qualquer outro cidadão". A mentira não se sustentou por muito tempo pois, a partir dali, as escrevinhanças do "brasileiro-cubano" - como ele mesmo se autodefine - passaram a ter a constância de um articulista fixo e, para maior afronta, dividia a página com Olavo.
Link

O Fim do Humor!!!

... a denúncia de racismo que sofreu Danilo Gentili em função de uma tuitada sobre o King Kong quase inaugurou uma nova era. Dessa vez bateu na trave, mas pode ser que o fim do humor se aproxime. Duvido que se possa fazer humor sem que alguém ou algum grupo seja ridicularizado, restando apenas os papagaios e as pessoas que a história tornou execráveis.
Paulo Cesar Nascimento, Soco no Figo, 1/8/09

O Fim da Raça Humana!!

A ideia de um mundo ausente de pessoas parece, numa primeira abordagem, descabida. Mas passa a fazer todo o sentido se for levado em conta um cálculo simples: as diversas espécies de mamíferos contam com um período de existência aproximado de 2,5 milhões de anos, sendo então, ao fim desse tempo, substituídos por outros animais. Seguindo esta ordem de ideias, e como o homem moderno vive desde há 250 mil anos, o mais provável é que dentro de outros 2,25 milhões de anos passe à história. Pelo menos é esta a teoria sustentada por geólogos e paleontólogos da Universidade de Utreque, na Holanda que, a partir da análise e processamento de informação proveniente de milhões de fósseis, encontrados em Espanha, concluiram que restam ao Homem pouco mais do que dois milhões de anos.
Janete Frazão, Correio da Manhã, 02/01/07

8.10.09

Fim do planeta Terra, ponto

Para que se embrenhar em elucubrações sobre o fim de conceitos, de ideologias, de sistemas políticos ou de escolas de pensamento? Dificilmente alguma dessas bagaças sobrevive se a Terra acabar. Então, curto e grosso: ela já era. Pelo menos neste especial do History Channel, que ilustra o planeta indo para o espaço (sim, trocadilho infame, mas com o mundo acabando você vai ficar pensando em categorizar jogos de palavra ou se salvar?). Divirta-se. Ideal para ser assistido em um final de domingo.

O Brasil está morrendo de gripe!

Pesquisa Datafolha mostra que 27% dos brasileiros com mais de 16 anos relataram ter tido "sintomas de gripe" entre junho e a data da entrevista (de 9 a 11/9). Extrapolando essa porcentagem para a população geral, isso significa que algo em torno de 51,3 milhões de pessoas experimentaram um quadro gripal nos últimos três meses e meio. ... os 51,3 milhões constituem uma extrapolação conservadora, pois a metodologia do Datafolha não considera a população até os 16 anos, justamente a mais suscetível a contrair vírus respiratórios em geral.


Hélio Schwartsman, Folha de São Paulo, 03/10/09 - link só para assinantes.

O contraponto, com o texto completo da reportagem, está aqui.

Dilma derrete!

O sorriso de Isabella, os olhos castanhos de Isabella, as fotos no Orkut de Isabella abraçada à mãe e no colo do pai, o corpo de Isabella com marcas de asfixia, as cartas de despedida a Isabella escritas pelo pai e pela madrasta em papel com coraçãozinho. Só mesmo um crime pavoroso de classe média para derrubar das manchetes Lula e os fantasmas que rondam o país: o terceiro mandato, a farra dos sindicatos entregues a Deus e a ministra que sonhava ser dama de ferro, mas derrete no primeiro escândalo chinfrim. Dilma quem?


Ruth de Aquino, Época, 04/04/08 - dica do Bruno.

7.10.09

Google Wave já morrendo na praia?

Minha opinião: o Google Wave passa por uma crise de identidade ainda. Ou, então, o conceito do Google Wave é tão avançado que ninguém conseguiu captá-lo muito bem. Outra hipótese: o sistema é conceitualmente falho, e cairá no esquecimento, sendo lembrado apenas como um exemplar overhyped.


Rodrigo Ghedin em 4 Outubro de 2009 para Meio Bit.

The end of oil

The Caltech professor of physics and applied physics [David Goodstein], who remembered all too well the upheaval caused by short-term oil crises in 1973 and 1979, immediately began to wonder how an ill-prepared world would cope with an irreversible fuel shortage in the near future. The self-evident answer: Not very well. "I thought, ‘I’d better find out what this is about, because it’s a prediction for worldwide calamity in approximately 2007.’ And, as I read up more on it, I began to think, ‘What can I do? I’m a physicist—I don’t really do anything that helps anybody,’" says Goodstein, who is also the Institute’s Gilloon Distinguished Teaching and Service Professor. “Then I realized - I can write a book.”

The Sage of the End of Oil, CalTech News about The end of the age of Oil by David Goodstein.

6.10.09

O fim do individualismo nos EUA

“Soft Socialism” is a form of collectivism. Collectivism means the end of individualism. In this collective Ideology, If you work hard and sacrifice much to become successful and your neighbor does nothing to get ahead. He is entitled to share in your earnings from your hard work and sacrifice. We already have a form of this going on with the welfare system. Under the present Obama Administration It will become more overt and widespread.


Jamie Myles, NewsFlavor, 24 de junho de 2009

As Olimpíadas Vão Acabar com o RIO!!! E com o Brasil!! Talvez com o MUNDO!!!

Atualmente, essa profecia do apocalipse pode ser ouvida em qualquer mesa de bar do Eixo Morumbi-Leblon, e sua cantilena foi assim sintetizada pela Cassandra-Mor Míriam Leitão:

Em sua coluna, no Globo de hoje, Míriam aborda a vitória do Rio, do Brasil e da América do Sul, como eu imaginava, tentando botar água no chopp da comemoração. Todo mundo alegre, emocionado, orgulhoso, auto-estima lá em cima, e a profeta do caos, de cara amarrada, bate com o seu cajado no chão, exige silêncio da multidão em festa e diz para todos ouvirem:

"chega de alegria, não se animem não porque os problemas são gigantescos. Tem tudo para dar errado essa joça!"

Vejam se não tenho razão:

"Olimpíadas podem dar certo ou não" (Urubulina 1 x 0)

"Há quem diga que é muito dinheiro e que ele deveria ser investido em outras coisas, como educação" (Urubulina 2 x 0)

"Há cidades que tiveram ganhos para sempre, há cidades que ficaram com as cicatrizes" (Urubulina 3 x 0)

"Montreal ficou com uma dívida que levou 30 anos para acabar" (Urubulina 4 x 0)

"A preocupação ambiental e climática tem que estar em cada passo, em cada escolha, em cada etapa do projeto" (Urubulina 5 x 0)

"As Olimpíadas de Atenas, em 2004, ficaram marcadas pelos desvios e fraudes em obras" (Urubulina 6 x 0)

O texto tem mais besteira, profecia do caos e água no chopp, mas paro por aqui.

Miriam Leitão só esqueceu de acrescentar que as cidades que insistiram em sediar as Olimpíadas (e não repassaram a corrente!) foram atropeladas por um caminhão no dia seguinte!

Resumão by FBI - Festival de Besteiras na Imprensa.

Míriam Leitão, O Globo, 3/10/2009.

 Arquivos das Olimpíadas

O Fim dos Comentários nos Blogues!

os comentários viraram “outra coisa”, porque os comentadores deixaram de ser audiência para se tornar, eles mesmos, protagonistas de suas histórias. Na internet, esse discurso de “passividade da velha mídia” versus “interatividade da nova mídia” é clichê, eu sei (e você não vai lê-lo, aqui, mais uma vez)... A questão é que, em vez de comentar os textos dos outros, os leitores foram abrir seus próprios blogs (o Inagaki e o Edney conseguiram dignificar a atividade), foram montar perfis no Orkut (e espalhar scraps como a abelha da polinização) e foram, mais recentemente, bafejar no Twitter (quase o haicai dos blogs de antigamente)... Ninguém mais quer ser mero “espectador” quando pode ser a estrela de seu próprio show, quando pode ser famoso para (no mínimo) quinze pessoas, quando pode receber um tweet (ou um direct) de uma celebridade eletrônica.

Julio Daio Borges, Digestivo Cultural, 30/1/2009

Morte ao Cabelo Emo!!!

O baixista do Fall Out Boy, Pete Wentz, declarou morte ao "cabelo emo" durante um show no Madison Square Garden, em Nova York, na noite deste domingo (4). No meio da apresentação, o músico chamou ao palco Mark Hoppus, baixista do Blink-182 (que também tocou no local), e deixou que ele rapasse sua cabeça.

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