4.10.09

O Fim da Arte e a Dissolução dos Ideais Revolucionários

O fim da arte não é o fim das obras de artes - de quadros, de esculturas, de música ou de literatura. É sim o fim de um tipo de arte que pode ser compreendido pela história da arte, uma história que agrupa estilos, relaciona movimentos, explica obras particulares, e sobretudo, parece mostrar uma linha quase contínua de evolução e progresso artístico. O que morreu não foi a arte, mas sim a possibilidade de explicar a arte através de manifestos e narrativas. Os artistas depois do fim da história comprometem-se mais com a liberdade de escolher qualquer estilo ou tipo de arte, do que com os compromissos dos manifestos. Produzem aquilo que querem, como querem, quando querem. E por isto deixa de poder dizer-se como as obras têm de ser. Podem até ser indiscerníveis dos objectos do quotidiano. A arte que assume estas possibilidades torna-se auto-consciente, filosófica. Numa palavra poderíamos dizer que os artistas do fim da arte não deixam de fazer arte, deixam de fazer história. Quanto a isto, Danto nada acrescenta a Hegel. Mas para Danto o fim da história não aconteceu com o romantismo, como supunha Hegel, nem Shakespeare é o autor das obras em que a arte se torna auto-consciente. O fim da arte aconteceu nos anos sessenta, com a arte Pop, e Andy Warhol é talvez um dos seus maiores mentores.

Paula Mateus

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